pedro zamith

artista e professor de visual arts

Desta vez, rumámos a Cascais.
Sob um céu pastoso, cor negro-carvão, que em tudo contrasta com a obra do protagonista deste nosso encontro, invadimos o espaço onde o imaginário se liberta, habitado pela cor e personagens vibrantes que prendem o olhar e nos devolvem bom humor.

No atelier do artista, que é também professor de visual arts, acolheram-nos paredes personalizadas – telas, fotografias, postais e curiosos objetos que narram um percurso cheio de cor e plasticidade. Contagiante.

Com Pedro, e entre “a ratazana mais fixe do mundo” e outras “aparições”, entrámos numa nova realidade.

Hellcome to the world of Pedro Zamith”.

slideshow no atelier de pedro zamith

 

quem é o pedro zamith?

O Pedro Zamith é alguém que sempre esteve ligado ao desenho desde muito pequeno. O meu pai tirou direito mas desenhava muito bem, o meu avô também e portanto sempre fui “contaminado” por esse lado mais artístico. Sempre desenhei desde miúdo, desde os 5, 4 anos. Lembro-me da minha mãe me comprar aguarelas, lápis de cor e folhas para desenhar. Estudei cenografia durante 3 anos na Escola Superior de Teatro e Cinema e depois fui para as Belas Artes, onde tirei mais 5 anos. A minha profissão está muito ligada a mim próprio, eu não consigo dissociar isso. Acho que me misturo completamente com a minha profissão, seja ela dar aulas de artes, seja ela pintar, porque no fundo são essas duas atividades que tenho. Sou precisamente um bocadinho disso tudo.

e a primeira obra? aquilo que consideras a tua primeira obra, quando é que nasce?

Eu sempre adorei desenhar mas nem sequer tinha bem consciência de que podia ganhar com desenhar ou pintar até uma idade um pouco tardia, até aos 17/18 anos. Não tomei logo consciência desde pequeno, como aquelas pessoas que querem desde sempre ser médicas ou outra profissão qualquer…

Acabei por ter consciência de uma primeira peça quando estava a meio do curso de pintura das Belas Artes. Ter andando antes na Escola Superior de Teatro e Cinema descomprometeu-me em relação às escalas. Comecei logo a pintar em grandes escalas (pela relação com os cenários, etc.) e quando cheguei às Belas Artes tive logo necessidade de agarrar em papéis ou cartões muito grandes. Não comecei logo a agarrar em telas porque, para além de serem mais caras, uma pessoa está numa fase mais experimental. Sempre gostei e estive muito ligado à ilustração e banda desenhada mas não foi de propósito. Não foi propriamente: “agora vou começar a desenhar usando esse tipo de linguagem”.

A minha primeira obra consciente acho que foi mesmo em Belas Artes. Fiz uma tela muito grande que a nível de desenho é um bocado mais rígido (também porque, lá está, foi a primeira), mas acho que foi a primeira vez que pensei “se calhar é por aqui o meu caminho”. Não quer dizer que não tivesse feito já desenhos que tivesse vendido mas eu acho que a primeira com consciência de que era uma “primeira obra” para ser vendável e assumir que, de facto, era por ali a minha profissão data de 98, portanto… há 15 anos…(risos). O tempo passa!

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e porquê aqui? porquê trabalhar em casa e como se estabelece a fronteira entre vida privada e vida profissional?

Trabalhar em casa foi uma mera casualidade. Tinha atelier no colégio Planalto, onde estudei… um colégio só de rapazes pertencente à Opus Dei. Foi ótimo ter estudado lá porque, apesar de ter essa ligação (que não tem nada haver comigo), é um colégio muito disciplinado. As pessoas muitas vezes ligadas às artes são muito despistadas, acabam por dispersar imenso e eu nesse aspecto acho que sou muito organizado. Tenho ideia que devo isso aos meus pais claro, mas também à formação académica que tive nesse colégio. Mais tarde fui para lá dar aulas – tive lá muitos anos, cerca de 15 – e sempre me dividi entre o pintar e o dar aulas. Às tantas tinha a necessidade de ter um espaço… (cheguei a ter atelier a meias com um ilustrador, o André Letria, mas era muito difícil a logística do transporte).

Até que falei com a diretora do Colégio e pedi-lhes para me arranjarem um espaço. Eles acharam uma ideia porreira até também, para desmistificar aquela ideia da Opus Dei. “Não, vamos aqui por um tipo que é artista!” (risos).

Há um ano e meio, por motivos pessoais, arranjei esta casa. O que me aliciou nesta casa foi mesmo o facto de ter aqui um espaço, na cave. Comecei logo a vê-lo como um espaço de atelier. Perto da garagem, podia ter um pequeno acervo, tem uma casa de banho… se quiser ponho o carro lá fora e também posso trabalhar uma coisa em grande escala no meio da garagem… Pensei “Isto é fantástico! Este pode ser o meu espaço de trabalho e é uma coisa completamente independente da casa.”

Honestamente, não vejo desvantagens nenhumas em ter um espaço em casa como atelier porque como é um espaço tão independente da casa não interfere no espaço familiar e depois… é só descer as escadas. Não me chateia nada. Posso vir para aqui de pijama, posso estar aqui a pintar até tarde, se me apetecer… se quiser posso trazer uma garrafa de vinho e beber até cair pró lado que depois se ainda souber… é só subir as escadas! (risos) Depois, como é uma cave, posso por música aos berros… e eu trabalho muito bem com luz artificial. Apesar de no verão ser quase desnecessário ligar a luz porque a luz é muito forte, gosto de trabalhar com luz artificial.

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o que é que consideras essencial no teu espaço de trabalho?

Conforto visual e físico. Acho absolutamente essencial ter música. Não consigo trabalhar sem música. Depois… estar rodeado de livros dá-me grande conforto também. Tentei criar este conforto visual colocando coisas aqui que contam um bocadinho da história ou parte do meu percurso. Quando vim para aqui, este espaço era muito frio e pensei logo: “tenho de pôr aqui um tapete!”. Depois foi muito engraçado porque esqueci-me de medir o espaço e fui com um amigo meu arquiteto a uma loja de tapetes industriais ali em Benfica. “E qual é a medida?” – “Esqueci-me de medir! Mas tenho quase a certeza que é, mais ou menos, 3,5 metros por 6,5”. Comprei assim… e acertei! (risos)

e em termos de qualidade espacial, o que é para ti importante no teu espaço de trabalho? Já nos confessaste que a luz natural não é um imperativo…

Vocês que são arquitetos se calhar estranham isto, ou não, mas acho graça ter um pé direito mais baixo (que se calhar até é mais ou menos o convencional). Há uma parte da Gulbenkian em que o tecto é mais próximo do chão e isso dá-me um conforto muito grande. Lembro-me entrar aqui, estar isto tudo despido e eu pensar: “isto tem um bom “pé-direito- baixo”. Gosto disso!” Em termos espaciais não me importava nada que fosse francamente maior, que fosse o dobro – isso era ótimo.

mas o facto de teres este espaço aqui ao lado que quando precisas podes ocupar faz-te sentir menos essa necessidade…

Eu gosto desta coisa de ter um certo ritmo, não ser completamente open space, mas não me importava que isto fosse maior. Ainda me ocorreu partir essa parede, mas no fundo era prolongar o retângulo, o que também não me traria muito mais. Não foi um grande exercício de espacialidade construir o meu espaço aqui. Tentei tornar o espaço mais cozy, mais acolhedor… “cortar” a porta de entrada, porque não gosto de portas.

para ti é importante teres um espaço mais dedicado às telas, onde tens os cavaletes, depois outro com a secretária…

Sim. Agora está completamente desarrumado… Gosto de me sentar a desenhar ou poder estar sentado num pouff simplesmente a ouvir música ou a ler. Tentei que tivesse essa multidisciplinaridade. Não ter um espaço que fosse só com uma coisa, muito prática e objectiva só com cavaletes.

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e objetos? que objetos é que não podem faltar aqui neste teu espaço?

É curioso, ontem pus uma fotografia no facebook… (risos) Foi aquele “cartão”. Tenho um bocado de fascínio pelo rato Mickey e aquele “cartão” acho que não vai sair daqui.

Agora também queria por esta “Nossa Senhora”. Eu sou religioso, acredito em Deus e fui educado religiosamente pelos meus pais, (sem fanatismo). Acredito em Deus, acredito que haja uma força superior a nós que muitas vezes me tem protegido. Esta peça esteve na minha última exposição. É uma peça em gesso, muito bonita e que veio originalmente de casa dos meus pais, que morreram há dois anos. Ainda a levei a um leiloeiro que me disse que de facto está bem-feita, o molde está bem feito, mas que o valor monetário não era nada de extraordinário… e eu comecei a pensar que era engraçado pintá-la… ou repintá-la! Fez parte de uma exposição, uma exposição sobre a véspera de um acontecimento importante – por isso é que está ali escrito “véspera da segunda aparição em 1917”.

Foi curioso porque apareceu na exposição uma pessoa do Planalto que depois me telefonou a dizer que eu tinha faltado ao respeito à Nossa Senhora. Não senti isso, não foi esse o objectivo. Foi simplesmente reinterpretar. Felizmente não a vendi, não houve ninguém suficientemente corajoso para a comprar e é uma peça que eu gosto, acho muito gira, também por ter vindo da casa do meus pais… e portanto está aqui! Garanto-vos que vai ficar no meu atelier, tal como as fotografias do meu filho mais novo, o Manel, e do Henrique, o mais velho. Há três ou quatro coisas aqui que eu acho que vão permanecer. Depois há coisas que vão passando, vão mudando de lugar mas estas ficam de certeza.

como disseste, tens várias zonas, várias “mesas” de trabalho. O que é que tem de existir?

Tem de existir sempre um espaço com cavaletes (de H, que são mais estáveis) e telas (de preferência grandes) com os pincéis e tintas por perto… Tem de existir sempre uma mesa que funcione como estirador, porque gosto de desenhar coisas mais pequenas… E sempre um espaço com vários livros à minha volta. Não sou uma pessoa que leia muito mas gosto muito de os consultar e sou capaz de ficar duas horas a ler aqui um bocadinho, depois paro, passo de livro… sempre com a música no fundo a ligar essas três zonas.

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como é que é um dia normal aqui no teu atelier?

Hummm… depende muito. Acho não que não há um dia normal.

Agora dou aulas até às 4 da tarde e por isso é raro pintar de manhã, mesmo não tendo aulas. Gosto imenso de trabalhar no fim da tarde, à noite…

e estender pela noite dentro…

Se não tiver de me levantar cedo no dia seguinte sim. No Verão passado, estava a preparar a exposição para novembro e houve duas semanas, salvo erro, em que estava sem os meus filhos, sozinho. Houve dias que eu fiquei aqui até às 5/6 da manhã … porque depois perco muito a noção do tempo. Interrompo, janto, volto para baixo… fico aqui, com a música, embrenhado nas coisas. Às vezes é quando oiço os pássaros lá fora, já de madrugada, que percebo que tenho de parar. Porque depois custa muito ter de acordar às 7 da manhã se entretanto te habituaste durante 3 semanas a deitares-te às 5… mas nós somos animais de hábitos e alteramos os hábitos se for necessário.

e existe uma disciplina…

Sim, eu sou muito disciplinado, mas também tem muito a ver com o meu estado emocional. Se eu estiver mais em baixo, por uma razão qualquer, custa muito mais agarrar-me às coisas. Por outro lado, acaba por ser também terapêutico… se eu fizer o esforço de vir para aqui trabalhar e me distrair, começa-me a fazer bem o facto de estar a trabalhar, deixa de ser um esforço… porque eu faço isto com gozo. Sou disciplinado, tento cumprir prazos que tenho agendados… embora agora tenha estas duas encomendas para acabar… para acabar? Elas estão a meio… a meio?! Princípio! (risos) Também sou rápido a pintar.

Eu desenho há tantos anos, desde pequenino… se calhar num mês contam-se pelos dedos de uma mão os dias em que não agarrei numa folha de papel ou numa tela. Acaba por se tornar um hábito.

Também se deve à formação académica. Durante 5 anos, nas belas artes, tive nove horas de desenho ou pintura por semana. Mesmo quando tinha história d’arte ou estética, no fundo estava a alimentar a cultura visual. Essas disciplinas teóricas também te ajudam a visualizar e descodificar rapidamente uma imagem. Como os arquitetos, não é? Se um arquiteto passar a vida a jogar tetris a três dimensões se calhar tem uma percepção espacial muito maior. Acho que aqui é um bocadinho a mesma coisa. Quando não estou a desenhar ou a pintar, estou a desconstruir uma imagem qualquer que me passou à frente – a ver um filme ou mesmo na rua. Tudo isso acaba por ajudar e quando tens de trabalhar, se já tens uma linguagem mais consolidada, é muito mais fácil desenvolveres e fazeres aquilo que é para fazer.

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se pudesses entrar num qualquer atelier, de qualquer artista, qual seria e porquê?

Há vários artistas que eu gosto muito. Hummm… gostava de entrar no atelier do Peter Saul que é um artista norte americano, um senhor que já deve ter setentas e muitos e cujo trabalho eu conheci já no fim das belas artes. Nas belas artes ensinam-nos pouca coisa sobre arte contemporânea (risos). Se tu estás ligado a uma linguagem mais de “bonecadas” dizem-te logo: “tens de ver o Keith Haring”- ou então – “vai ver o Basquiat porque também é muito gráfico”. O Keith Haring é fantástico mas morreu no início da década de 90 e já estávamos em 95. Era contemporâneo mas quer dizer…

Adorava conhecer o Peter Saul ou o Ron English, ir ao atelier deles. Gostava imenso de conhecer o Banksy ou os Banksys, porque eu não sei muito bem se é mais do que um gajo (risos). Gostava de conhecer o Damien Hirst…

Só não estou a falar de portugueses porque aqueles que gostava de conhecer tive a sorte de já ter conhecido. Em Portugal também temos muita gente fantástica e criativa. Por exemplo, o Manuel Caeiro, um artista meu amigo. Gosto muito do trabalho dele. O Manuel João Vieira que é um dos artistas que gosto mais e com quem já tive o privilegio de trabalhar, numa exposição que organizei. O Manuel João tem uma casa que é um atelier gigante. É dos espaços mais giros que alguma vez visitei. Cada sala tem a sua disciplina – tem uma sala só com música, uma sala só com pintura… é muito giro!

Adorava conhecer o Tom Waits, por exemplo. É um músico que gosto mesmo muito. Gostava de ter conhecido o Kubrick (risos), o Picasso – acho que devia ser super interessante. Qualquer dia faço um filme sobre isso, como o Woody Allen fez no “Midnight in Paris” em que o protagonista vai conhecendo vários artistas.

qual foi o maior ou melhor conselho que já recebeste?

Não me lembro qual foi o maior conselho, mas deve ter sido dos meus pais de certeza absoluta. E sendo dos meus pais, que foram uma referência para mim enquanto pessoas, deve ter sido qualquer coisa relacionada com o ser genuíno, ser honesto. Uma coisa que eu não me lembro quem é que me disse mas consigo ver o meu pai a dizer-me e que muitas vezes digo ao meu filho mais velho é: “respeitar os mais velhos é sinal de carácter”. Essa frase às vezes fica-me na cabeça.

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pedro, se não fosses artista nem professor de visual arts, eras…

O que é que eu teria sido?

Hummm… acho que tinha sido jogador de futebol. (risos) Sempre joguei futebol desde pequenino (ainda ontem estive a jogar à noite) e adoro futebol… futebol na sua pureza, o desporto em si e não a indústria do futebol. Adoro futebol, adoro desporto. Não me importava nada ter sido jogador de futebol… tipo Cristiano Ronaldo! Não no sentido monetário da coisa mas porque curiosamente acho que é um atleta fantástico… admiro imenso a capacidade de competitividade e concentração. Para mim, é o melhor atleta que eu alguma vez vi. Tem uma data deskills atléticos e depois a disciplina, que pode ser transversal para uma série de áreas. O tipo é muito habilidoso… é o primeiro a chegar aos treinos, o último a sair, já marca muito bem livres mas insiste. Tem uma paixão enorme por aquilo que faz. Essa dedicação, esse lado competitivo, essa persistência, essa disciplina e acima de tudo a capacidade de concentração é uma coisa que é completamente transversal a outras disciplinas. Acho piada a esse “quase” paralelismo.

É curioso, não é? Uma área tão diferente da minha mas que ao mesmo tempo tem uma proximidade tão grande. Olha, era uma das pessoas que eu não me importava também de conhecer.

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se pudesses fazer um mix-tape neste momento quais seriam as músicas que escolherias para te inspirar? já nos falaste de tom waits…

Gosto muito de Tom Waits, gosto de The Black Keys, de Nick Cave, Arcade Fire, XX… Agora ando a ouvir Tryo que é um mix de jazz… Gogol Bordello também acho muito giro.
Há uma data de songwriters que eu gosto… É curioso porque eu sou de extremos. Acabo por ouvir coisas como The Black Keys e depois ouvir Devendra Banhart ou Antony and the Johnsons que são no fundo canto-autores, mais introspectivos. Mas também sou muito festivo com Gogol Bordello e com bandas do género.

Eu compro cds (risos). Sei que já ninguém o faz mas eu compro e tenho muitos cds. Devo ter p’raí 300 CDs. Aqui só tenho 1/10, tenho muitos lá em cima e no colégio onde dou aulas porque “obrigo” os alunos a ouvir a minha música… ninguém pode ouvir Justin Bieber que eu não deixo! (risos) Depois depende muito do meu estado de espírito, mas sim, a música é uma coisa muito presente.

No carro é a mesma coisa. Ando cheio de CDs no carro.

O meu filho mais velho, o Henrique, devia ter uns quatro anos e… um dia, fui buscá-lo à creche. Ele entrou no carro e disse assim: “ó pai ponha aí Belle & Sebastian”. Eu nem me lembrava de alguma vez ter posto aquilo no carro mas devo ter posto e dito em voz alta que era Belle & Sebastian… É engraçado que ele já percebe de música.

Ninguém me incutiu gostos musicais e a verdade é que, por exemplo, eu às vezes oiço música clássica. Não percebo nada de música clássica mas os meus pais ouviam muito em casa e às tantas, de facto, tu vais ouvindo e vais também educando o teu ouvido.

falando de inspirações… quem é que te inspira?

Há pessoas na nossa vida que nos inspiram. Os meus pais, os meus filhos… inspiram-me claramente. Em relação à inspiração artística acho que o cinema e a música. A música porque eu trabalho com música, e também me puxa para cima. O cinema ajuda-me imenso. Talvez pelo facto de eu ler pouco vá beber inspiração ao cinema, estimular a parte intelectual. Gosto e vejo imenso cinema. É uma grande inspiração.

e lugares? que lugares te inspiram?

Que lugares é que me inspiram… isso é uma pergunta engraçada, nunca ninguém me perguntou se há lugares que me inspiram…

A praia inspira-me. Acho que há espaços da natureza que me inspiram bastante mas por outro lado também sou cosmopolita. Lisboa é inspirador, acho que seria inspirador ir a Nova Iorque (nunca fui), foi inspirador ter ido a Londres… É inspirador até em termos arquitectónicos, não é? Acabo por ter uma ligação à arquitetura muito grande e que gosto muito. Conheço imensos arquitetos! Acho imensa graça à zona da Expo, acho graça aquilo tudo ser tão novinho… do mesmo modo que acho imensa graça ir para zonas antigas de Lisboa. Sim, há lugares que são inspiradores.

o teu atelier é aqui em cascais… o que é saboroso em cascais, para além do santini (risos)?

O Guincho, apesar de ser muito ventoso. Mesmo no inverno é muito giro, gosto bastante. É um espaço agreste e muito bonito, muito puro, sem intervenção humana.

Gosto d’A casa das Histórias da Paula Rego, gosto da programação. Agora não se sabe se vai fechar ou não, mas pronto. (risos) Temos de fazer contenções, é preciso é que hajam estádios de futebol, isso é que é preciso, o resto não interessa (risos) …
Acho que são os dois sítios que eu acho mais piada… e o Santini claro. O Santini é muito bom.

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slideshow no atelier de pedro zamith

 

para terminar… dois desafios:
desafio #01: 
que elemento não pode faltar no teu atelier… ou na tua obra?

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O Pedro respondeu-nos de imediato supreendendo com um desenho “elétrico”.

desafio #02: 
o que sentes quando está no teu atelier?

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… sem saber do desafio, a resposta estava já pintada numa das paredes do seu mundo.
Obrigado Pedro!

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